Tipos de imunoterapia: entendendo suas opções

Postado em: 23/01/2025

Tipos de imunoterapia entendendo suas opções

A Imunoterapia é um tratamento que utiliza o próprio Sistema Imunológico para combater o câncer. Essa abordagem inovadora pode fortalecer ou modificar o funcionamento do sistema imunológico, ajudando-o a identificar e atacar as células cancerígenas de forma mais eficiente.

Se o seu plano de tratamento inclui imunoterapia, saber como ela funciona e o que esperar pode ajudar você a se preparar melhor e a tomar decisões informadas sobre seus cuidados.

Neste texto, vou explicar os detalhes desse tratamento para que você esteja mais preparado(a) para essa jornada! 

Como a imunoterapia funciona contra o câncer?

O sistema imunológico tem a capacidade de detectar e destruir células anormais, prevenindo ou inibindo o crescimento de tumores. Muitas vezes, encontramos células imunológicas dentro e ao redor dos tumores. Essas células, chamadas linfócitos infiltrantes de tumores (TILs), são sinais de que o sistema imunológico está tentando responder ao tumor.

Pessoas cujos tumores contêm TILs costumam ter melhores prognósticos do que aquelas cujos tumores não apresentam essas células. As células cancerígenas possuem mecanismos que permitem escapar da ação do sistema imunológico. Elas conseguem, por exemplo:

  • Sofrer alterações genéticas que as tornam menos visíveis ao sistema imunológico.
  • Produzir proteínas na superfície que “desligam” as células imunológicas.
  • Modificar as células normais ao redor do tumor, dificultando a resposta do sistema imunológico.

A imunoterapia age exatamente nesse ponto: ela ajuda o sistema imunológico a superar esses obstáculos e a agir de forma mais eficiente contra o câncer.

Tipos de imunoterapia no tratamento do câncer

  • Inibidores de checkpoint: medicamentos que ativam o sistema imunológico, ajudando-o a reconhecer e destruir as células cancerígenas.
  • Terapia com células T CAR: técnica que modifica as células T do paciente para torná-las capazes de identificar e combater o câncer, antes de serem reintroduzidas no organismo.
  • Citocinas: utilizam proteínas mensageiras para estimular o sistema imunológico a atacar as células cancerosas.
  • Imunomoduladores: medicamentos que fortalecem o sistema imunológico, potencializando sua ação contra o câncer.
  • Vacinas contra o câncer: estimulam uma resposta imunológica específica para prevenir ou tratar o câncer.
  • Anticorpos monoclonais: proteínas projetadas para atacar alvos específicos nas células cancerígenas.
  • Vírus oncolíticos: vírus modificados que infectam e destroem células tumorais, preservando as células saudáveis.

Em muitos casos, associo a imunoterapia a outros tratamentos, como quimioterapia, terapia-alvo ou radioterapia, com o objetivo de potencializar os resultados e oferecer melhores chances de sucesso. 

Quais tipos de câncer são tratados com imunoterapia?

A imunoterapia não é indicada para todos os casos de câncer. Sua recomendação depende do tipo de tumor e da fase do tratamento em que o paciente se encontra.

Atualmente, no Brasil, existem medicamentos imunoterápicos aprovados para tratar os seguintes tipos de câncer:

  • Pulmão.
  • Rim.
  • Bexiga.
  • Estômago.
  • Cabeça e pescoço.
  • Melanoma.
  • Alguns subtipos de câncer de mama.
  • Alguns tipos de câncer de pele, como o carcinoma de células de Merkel e o carcinoma escamoso de pele.

Como a imunoterapia é administrada?

Existem diferentes formas de administração da imunoterapia, que variam conforme o tipo de tratamento:

  • Intravenosa: o medicamento é administrado diretamente na veia.
  • Oral: o tratamento vem em comprimidos ou cápsulas que você ingere.
  • Tópica: o medicamento é aplicado em forma de creme sobre a pele, normalmente para tratar câncer de pele em estágios iniciais.
  • Intravesical: a imunoterapia é introduzida diretamente na bexiga.

Com que frequência você recebe imunoterapia?

A frequência e a duração da imunoterapia dependem de:

  • O tipo e o estágio do seu câncer.
  • O tipo de imunoterapia que você recebe.
  • Como seu corpo reage ao tratamento.

Você pode realizar o tratamento diariamente, semanalmente ou mensalmente. Alguns tipos de imunoterapia são administrados em ciclos, que consistem em um período de tratamento seguido por um período de descanso.

O período de descanso permite que o seu corpo se recupere, responda à imunoterapia e produza novas células saudáveis.

Quais são os efeitos colaterais mais comuns da imunoterapia?

Os efeitos colaterais mais frequentes da imunoterapia são leves, incluindo:

  • Fadiga.
  • Vermelhidão, coceira e irritação na pele.
  • Diarreia.
  • Náusea ou vômito.
  • Dor de cabeça.
  • Dores musculares ou articulares.
  • Diminuição dos níveis de hormônio tireoidiano.

Conclusão

A imunoterapia trouxe novas possibilidades no combate ao câncer, utilizando o sistema imunológico para identificar e destruir as células tumorais de forma mais eficaz. Com diferentes tipos disponíveis, como inibidores de checkpoint, anticorpos monoclonais e terapia com células T CAR, essa abordagem oferece tratamentos personalizados para diversos tipos de câncer.

Entender as opções disponíveis é fundamental para tomar decisões seguras e informadas. Se você deseja saber mais sobre como a imunoterapia pode ajudar no seu caso, estou à disposição para esclarecer suas dúvidas e oferecer o suporte necessário em cada etapa do seu tratamento oncológico.

Descubra a melhor abordagem para o seu tratamento

Se você tem dúvidas sobre os tipos de imunoterapia e deseja entender qual opção pode ser mais adequada para o seu caso, estou aqui para ajudar. Agende uma consulta comigo e tenha um acompanhamento personalizado, com informações claras e todo o suporte necessário durante o seu tratamento.

Dra. Anezka Ferrari
Oncologista Clínica
CRM-SP: 124895 | RQE: 121013

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